22.8.07

Faz favor de arrebitar

Enxaquecas fortes, tonturas, dor nos olhos, visão meia turva, cansaço ao mínimo esforço. Que se passa?
Tensão arterial: máxima 10; mínima: 4,4.
Não aguento com uma gata pelo rabo!
Logo vou ver se a médica me atende. Pareço uma velhota de 90 anos que fica cansada por descer umas escaditas (note-se que nem é subir!).
E aguardam-me dias de trabalho mais intenso, inclusivé fora do país. Quero estar bem.
Faz favor de arrebitar, menina!

19.8.07

Escrava de mim mesma

Bem que eu ontem escrevi que não me apetecia voltar à realidade. E não. Está duro!
Fim-de-semana, época de férias, telefonam amigos de longa data que já não vemos desde o Natal.
A eles juntamos outros e... dou por mim rodeada de crianças, que é como quem diz, com duas crianças giraças de idades distintas a passar parte da tarde e das suas descobertas comigo, a abraçar-me, a chamar-me, a sorrirem-me. E as fotos de outra, com idade entre estes dois, espalhadas pela casa do outro amigo que visitamos. Não está: foi com a Mãe e a Avó para a praia, mas há "marcas" suas pelos compartimentos da casa por onde me desloco: as tais fotos, os jogos e o cantinho na cozinha que me fez ficar estarrecida e imóvel durante alguns longos e fortes segundos.
Uma mesa e uma cadeira pequenas, jogos, folhas, lápis de cor e outras ferramentas de diversão e criatividade. Tudo arrumadinho, que ele foi para a praia. Na parede os seus desenhos afixados, as suas pinturas.
Mil e um pensamentos povoam o meu cérebro e o coração fica apertadinho: será que algum dia vou ter o privilégio de ter um pilantrinha e lhe poder proporcionar um cantinho daqueles? Expôr, cheia de orgulho, os seus desenhos? Sentar-me a seu lado e brincar com ele/a?
Será que algum dia vou ter fotos suas para espalhar, com um sorriso nos lábios, pela casa?
Será que algum dia vamos poder ir à praia, brincar com as ondas e fazer túneis na areia?
Será que algum dia vou ter uma família com filhos?
No regresso a casa venho calada: dói-me falar porque só me apetece chorar.
Posso estar a ser melodramática, estou concerteza melancólica e sou, sem dúvida, uma romântica. Não estou a conseguir centrar-me no "bright side of life", mas é assim que me sinto e é para isso que criei este canto. Para chorar as lágrimas, transformadas em palavras, sem que ninguém me impeça ou recrimine.
Hoje sofro, como já ao acordar sofri ao recordar imagens e sensações de, num sonho, estar a dar de mamar. E que sensações (no meio da confusão que era o dito sonho)!!
Como pode o nosso inconsciente ser tão consciente? Como pode um sonho parecer tão real que até um mamilo dói?
Como dizia Binet "Há dentro de mim um senhor misterioso, que comanda escravos; vejo os escravos sair de casa e cumprir as ordens recebidas; mas o senhor não o vejo, nunca o vi, jamais o verei; ignoro o que ele é, o que ele quer, o que ele pensa; e todavia esse senhor sou eu." (1911)
Sinto-me escrava de mim mesma... e dos meus sonhos!

18.8.07

Não desperdiçar a Vida

Voltei de férias. Acabou-se a boa-vida!
A verdade é que estava bem longe da realidade.
Mas não pode ser assim para sempre, pois não?!
Nas últimas noites custou muito a adormecer e qualquer volta na cama me lembrava que estava "de fralda".
Os pensamentos vinham em catadupa, sem que conseguisse (por mais que me esforçasse) desviá-los:
- e se, quando vier novamente o período, ela (médica) não estiver de novo?
- e se as ditas se estragaram e me vou andar a picar para nada (frigorífico avariado quase 12h)
- e se dá para fazer o ttt, mas volto a não conseguir sequer avançar para IIU?
- será que algum dia vou ser Mãe?
- como preencho este vazio?
- porque o pensamento está sempre a vir parar ao mesmo?
- socorro! Estou a ficar obcecada!
- quanto tempo levará a avançar-se no Porto, se em Coimbra continuar "pendurada"?
Ontem um amigo liga a dizer que tem novidades.
"Vem aí bebé.", digo eu.
"Vá, nós queremos dar as novidades pessoalmente. Pára lá de adivinhar as coisas, caramba!"
"Fixe, vem aí mais um puto!", pensei para comigo. Mas logo acrescentei: "Porquê ele? Ele que não gostava de crianças e não queria ser Pai? E eu? E nós? Não entendo!"
E não entendo mesmo, mas acima de tudo queria era estar bem mais serena, que isto não me faz bem nenhum.
John (Lennon), ajuda-me a ter sempre presente a tua frase e a não desperdiçar a Vida!

9.8.07


"Life is what happens to you while you're busy making other plans."

John Lennon


8.8.07

Sensibilidade precisa-se!

No embalo de um post da Luna, aproveito o meu comentário lá deixado.


Há 2 dias. Vou na rua e chama-me uma amiga de longa data, que já não via há mais de um ano. Vinha com o seu filhote de um ano e meio e o marido. Às tantas diz-me "E já aqui está outro!", enquanto esfrega a barriga e ri.
Bolas! Como a invejo!
Gaita. Como reagi mal!
"E tem esta gente a lata de dizer isto na maior, quando anda aqui uma gaja a penar há mais de dois anos...", respondi de rajada.
Só depois percebi que não deveria ser este o meu comentário. Acrescentei que desejava felicidades e perguntei se estavam contentes. "Uhm... Foi um descuido...", respondem os dois a torcer o nariz.
Apeteceu-me dar um par de estalos a cada um, mas sorri e, felizmente, tinha trabalho à minha espera.
Quem não sabe é mesmo como quem não vê, mas... e sensibilidade, não?!

4.8.07

Bem melhor

Passo aqui de fininho, sem fazer muito barulho, para dizer que estou bem melhor.
Depois de uns dias duros, em que estive desesperada, furiosa, triste, irritada, fula, podre, desanimada, vazia, desesperançada, rabugenta, frágil, chata e afins, o sol voltou a brilhar: dentro e fora de mim!
As férias foram de uma preguiça descomunal, a que se juntou um namoro delicioso na última metade. E soube tããããão bem!

Quase uma semana após ter regressado, estou mesmo mais serena e confiante, o que me faz bem e a quem me rodeia, sem dúvida.
Já voltei ao Fórum da API, mas ainda ando a inteirar-me do que por lá se tem passado.
Também contactei a Associação uma vez mais, para me disponibilizar para mais um Grupo de Apoio.

Bom, e hoje falei abertamente com uma conhecida/amiga que também não consegue engravidar (após um aborto às 3 semanas).
Senti-me uma porta que se abriu para ela e, depois de a ouvir e falarmos um pouco, dei-lhe alguns contactos. Apesar de acreditar que voltará a engravidar, não quer deixar passar mais tempo e pretende avançar para exames e, se necessário, tratamento.
Estava tudo lá escondidinho dentro (até porque o marido está muito descontraído com o assunto), mas veio rapidamente à tona. Isto, o facto de sentir que os ginecologista da cidade a "enrolam", o ter 38 anos e o desgaste em que luta para disfarçar que vive.
Despedimo-nos as duas sorridentes, com ela a dizer que ainda vamos andar as duas barrigudas ao mesmo tempo.
Deus te oiça, C.

E Luna, obrigada pela tua mão. Valeu!