31.3.08

Apontamentos

Love

- Depois de amanhã consulta.
- Estará tudo bem?
- A actividade que tenho sentido corresponde a saúde por parte da pequenota?
- Será que se prepara para virar?
- A barriga ir ficando dura de repente serão as ditas contracções de preparação?
- O que são as picadas "tipo agulha" que tenho sentido na vagina e na bexiga?
- E as perdas de urina? Como andar descansada com o penso dia-a-dia a ficar, volta e meia, molhado? Serão sinónimo de futura incontinência?
- Aquele leucócito na análise sumária da urina: temos infecção à vista?
- Como será esta 1ª consulta com a nova médica (Dr.ª Elvira, sim!)?
- Será que vou gostar dela e sentir-me segura?
- Como irá reagir à quantidade de perguntas que me povoam a cabeça em relação ao parto?
- Qual a abordagem dela no que toca ao parto?
- Que respostas terei e como me irão soar?
Angústias que apertam sempre com o aproximar das consultas, insufladas por não conhecer esta médica, que será quem nos acompanhará daqui para a frente, nesta etapa que sei ser forte e continuo a desejar saudável e bela: o percurso até ao parto e o parto.
Incrível como tenho saudades da Dr.ª Teresa, da forma como me tranquilizava e até brincava durante as ecos...

- Conduzir começou a ser tarefa chata e incomodativa.
- Andar de carro, mesmo ao lado, dispensa-se verdadeiramente.
- O peso na bexiga aumenta de dia para dia.
- A posição para dormir começa a ficar difícil de encontrar ou manter.
- Subir 10 escadas põe-me de "língua de fora".
- A tensão estava a 10,4 - 6,0. Antes assim que alta, mas há alturas em que "não aguento com uma gata pelo rabo".
Queixinhas menores de uma grávida de primeira viagem, muito orgulhosa de o ser, que vai constatando as mudanças no corpo, nos pensamentos e no comportamento.

- Quarto já pintado.
- Grandes (des)arrumações para tentar ter "o ninho preparado" quando a amorzinha nascer.
- Primeiras máquinas de roupa de bebé e a 1ª já passada a ferro.
- A próxima será das coisas que tanto nos deu prazer ser nós a comprar.
- Ainda a aguardar a decisão da cómoda: IKEA ou mandar fazer? Quero começar a arrumar o que fica lavadinho e passado.
- Lençóis, toalhas de banho e roupa na quantidade certa.
- Avó a bordar babetes em ponto-de-cruz (é mestre no assunto!).
- Eu a iniciar a 2ª fralda, bordada também em ponto-de-cruz.
- Intercomunicador já adquirido.
- Alcofa emprestada por amiga.
- Ovo em 2ª mão oferecido pelos compadres.
- Serenidade, Compreensão, Tranquilidade e Amor com o cara-metade.
Notas que apetece colocar, para não ser só receios, medos e "cagufos", que esta viagem tem MUITO DE BOM!

27.3.08

SNS - o outro lado da moeda



Sim, hoje venho contar o "outro lado da moeda" da história do Centro de Saúde. Como também gosto de escrever coisas boas... cá estou eu!

Depois de ter ido assistir à aula (particular) de Preparação para o Parto e não ter vindo de lá muito satisfeita, hoje voltei ao Centro de Saúde.

Tinha uma consulta marcada com a minha Médica de Família: queria mostrar-lhe a última eco e análises, pedir-lhe um "teste na hora" à urina (para perceber se é a miúda que anda aqui a apertar o rim e uretere ou se estava a fazer um infecçãozinha urinária) e contar-lhe o sucedido. Assim foi!

9:30 lá estou e a consulta correu muito bem. Um sorriso, o ouvido atento, a análise à urina a dar tudo ok (Yes!) e aí vamos nós à parte das aulas. Não me alonguei muito, expliquei o essencial e perguntei se valeria a pena tentar falar com a Enf.ª responsável pelas aulas.
"Claro que sim! É uma situação diferente, mas eu estou a par. Vá falar com ela agora e explique-lhe."
Agradeci e aí fui eu toda confiante (e contente por a urina estar bem e se recomendar).

Aguardei um pouco e oiço uma voz simpática. "Quem é a menina grávida?"
Sorri, levantei-me e lá fui eu.
Perguntou-me logo se era para as Aulas de Preparação para o Parto e confirmei. Expliquei que uma colega sua me tinha dito eu não ter direito a tal, uma vez que a gravidez está a ser seguida no privado. Continuei, explicando que estive alguns anos para engravidar, fiz uma IIU e a minha Médica de Família esteve sempre a par.

"Pois claro que vem! Uma coisa não tem nada a ver com outra. Está inscrita no Centro de Saúde, não está?"
"Sim, há anos..."
"Então venha 3ª feira, que esta semana não há."
"E é tudo? Basta aparecer?", perguntei, quase sem querer acreditar na simplicidade inicialmente óbvia, para mim, da coisa.
"Sim. Diga só que falou comigo hoje, que eu lembro-me de certeza."

Agradeci e vim com um sorriso enorme e a sentir-me leve que nem uma pena... apesar do peso da pequenota :O)

Assim sim! O nosso SNS também tem bons técnicos. Apesar de alguns serem amargos como vinagre, há quem compense com o seu profissionalismo, compreensão e até doçura.

Ora pois!

18.3.08

Sistema Nacional de Saúde?!


Escrevi há pouco a uma amiga:

"Acreditas que fui ao Centro de Saúde a que pertenço para me inscrever para as Aulas de Preparação para o Parto e vim de lá a saber que, como a minha gravidez não é lá acompanhada, não sou considerada utente para usufruir das aulas e "parte-se do princípio que quem tem dinheiro para acompanhar a gravidez no privado, também o tem para fazer a preparação no privado".
Estupidamente calma e serena, coloquei algumas questões ("Já fazem Inseminações Intra Uterinas aqui?", "Sabe por acaso porque sou acompanhada no privado?", "Por poupar trabalho ao Estado, não sendo aqui acompanhada na gravidez sou penalizada e já não posso usufruir dos meus direitos como cidadã que desconta todos os meses?", "O que está escrito no meu cartão de UTENTE?").
Quando cheguei cá fora permiti-me ferver e ficar piurça. Ontem venho a saber que a "cabra" que falou comigo é a Enf.ª chefe daquele módulo. A sério?! Nem quis acreditar!
Pode-se explicar "por a+b" porque quem é acompanhado lá na gravidez tem prioridade, mas não recorrendo aos dinheiros que não se saber se cada um tem ou não tem ou o que faz com ele.
Bahhh, obrigada pelo desabafo!"


Isto já se passou na semana passada e hoje vou a uma aula de observação... no privado. Preciso e o Estado não me permite usufruir de um serviço de que dispõe e ao qual tenho direito.

Nesse dia, recordo que informei a Sr.ª Enfermeira que a minha médica de família não só estava a par da minha gravidez, como de todo o processo doloroso e demorado para a conseguir.
Sugeri, então, inscrever-me.
"De quantas semanas está?"
"27", respondi.
"Isso é uma gravidez não acompanhada!"
"Mas eu tenho todos os exames que fiz até hoje e penso que nenhuma lei me obriga a vir a correr para ser acompanhada mal sei que estou grávida. Posso estar bem e só agora achar necessário."
Ignorou-me e questionou o administrativo (sempre extremamente simpático e prestável, por sinal): "Ela está isenta?"
"Sim", respondeu ele. "A Dr.ª passou a isenção aos 3 meses."
"E pasa-lhe as análises que são pedidas noutro lado?"
"Sim, sempre. Tem sido impecável", voltou a responder o funcionário.
A Sr.ª Enf.ª ficou chocada, incrédula e ainda teceu 1 ou 2 comentários, mais ou menos entre dentes, em relação à médica. Olhou para mim e questionou:
"Sabe que nenhum médico é obrigado a passar-lhe análises?"
Nem queria acreditar!!
"Mas se a médica concorda com elas e é um direito meu, penso que é um assunto entre mim e ela, não?" E acrescentei: "Já gasto tanto dinheiro porque a minha situação a isso me obriga..."

E tive de acrescentar quando saí: "Penso que o apoio que a minha médica me dá e o facto de estar isenta não retiram nada ao salário de quem aqui trabalha e é um direito meu! Para isso trabalho e desconto todos os meses!"

Bom, tinha de deixar isto escrito!


A Páscoa foi muito boa mesmo: com família, sol, boa disposição, umas caminhadas e fotos malucas :O)
Que a vossa também tenha corrido muito, muito bem!

Que título colocar?!


Sim, estou de volta e com muita vontade de partilhar o meu sentimento de alegria e serenidade após a consulta do dia 11.
Primeiro tivemos direito a almoçar com uma grande amiga e colega e ainda ganhei umas calças emprestadas que vieram mesmo a calhar. Giraças, castanhas, bem confortáveis. Como já lhe disse e é verdade, "vou tratá-las com carinho".
De seguida, a consulta. A nossa pequenita está bem e recomenda-se! Entrámos nas 27 semanas com um sorriso na cara e cada vez mais "pancadinhas de amor" na barrigota.
As análises estavam boas e consegui, uma vez mais, evitar a toma de ferro.
Foi a última consulta com a Dr.ª Teresa e vamos passar para a médica que nos vai acompanhar até ao parto. Já temos consulta marcada para dia 2 e, como a médica diz não se justificar fazer a morfológica 3D das 29 semanas, vamos confiar e evitar mais uns ultra-sons.

Depois de algumas consultas (no início do processo) em que vim a deitar fumo pelo "feitio" da médica, custou-me "deixá-la". Uma vez mais tenho de dizer que a sua postura mudou bastante ainda antes da Inseminação e gosto muito do seu atendimento, profissionalismo e atenção.
Agradeço-lhe imenso tudo o que fez e como o fez. Ainda nos vamos cruzar naqueles corredores, como ela disse, e será um prazer!

A seguir, muito rápido, uma visita a uma enfermeira amiga na Daniel de Matos e ficar a conhecer um pouco o local onde esperamos nasça a nossa pequenita. Muito calor e alguns medos a avassalarem-me o coração: Será que vai correr tudo bem? Será que vou chegar a tempo ou tenho de me entregar nas mãos dos incompetentes aqui do pedaço? Nascerá mesmo com saúde? E eu, como me portarei e ficarei a seguir?
Muitas perguntas e muitas emoções que lá reaparecem em alguns dias, as insistentes. Ok, chatas mesmo!

Entretanto, no fim de semana anterior, "pisgámo-nos" 4 dias daqui e fomos para a Invicta. Mudar de ares, de paisagem, de ritmo e namorar, namorar muito!
Passeio, turismo (Serralves, Ribeira, Mercado, Palácio da Bolsa, Feira dos Pássaros, livraria Lello e outros que tais), visitar amigos, ir à Noite da Grávida (no dia da Mulher) e aconselhar vivamente o Pano Porta-Bebés da Zélia Évora (que falou no dia seguinte na RTP1) e as suas babylegs (já adquirido, mas com vontade de ir adquirindo mais) e... comprar algumas coisas para a nossa filhota.
Cama e colchão, protege colchão, lençóis, cabides pequenos e coloridos, um conjunto de 3 cestos de arrumação para trocador e uma hipopótama sedutora de peluche cor de rosa, cauda verde alface e patas às riscas laranja no IKEA, alguma roupa bem colorida numa loja em Matosinhos e a continuação da análise conjunta e divertida do "livro dos nomes", à noite, no hotel.
Pelo meio, comprar dois soutiens tamanho acima ;O) e umas jardineiras (o máximo!) e tudo aqui para o conforto da malta.

Entretanto, voltar ao quotidiano, recordar bons momentos e continuar a fazer por e ter outros.
Algum trabalho, arrumações, caminhadas, "namoro" com os Pais (já estava com saudosite aguda!!) e aguardar os dias de Páscoa para ver a mana e o cunhadão.

E ler, saborear e agradecer cada palavra que me deixaram neste meu canto, com tanto carinho e apoio, sempre. MUITO OBRIGADA! Do coração!
Fiquem muito bem!

5.3.08

Frágil




Por vezes lembro-me deste meu cantinho e sinto falta de cá vir conversar com as palavras.
Por vezes sinto é vontade de usar esse tempo a saborear a vida e a barrigota, os amigos, as paisagens, o sol.
Por vezes evito encontrar-me aqui, como que ao espelho, e desabafar.

E assim passo pelos dias!

A consulta do dia 7 correu bem, apesar de eu ir um bocado mal-dispostita na viagem e o ânimo com o maridão não ser dos melhores...
Boa eco, boa consulta, requisição para análises e o achar-me "branquita". Não houve espírito para grandes voltas por Coimbra e o regresso a casa acabou por se dar mais cedo, pois a inspiração era mesmo muito pouca.

Dia 11 temos novamente consulta, mas pelo meio fomos 2 vezes às urgências, que aqui a minha pessoa entrou em stress e provavelmente somatizou para lá das dores que um estiramento dos ligamentos do útero provocou.

Já com uma nova faixa de gravidez a dar maior suporte à barrigota, eis que o incómodo se mantinha, a origem das dores não estava bem confirmada na cabeça e toca a visitar o hospital. Fui muito bem atendida, vi a minha pequenina com o pé encostado à testa (qual ginasta em treinos) e tive confirmação do diagnóstico (feito ao telefone pela médica). Saí de lá bem melhor e com receita de magnésio para ajudar a recuperar a parte muscular.

Nessa semana senti-me terrivelmente xôxa e ansiosa e mil e um pensamentos me povoavam a cabeça e atormentavam o coração.
Estava agitada, inconformada, com medo, angustiada.
A minha melhor amiga tinha sabido, às 9 semanas, que o seu bebé tinha deixado de crescer 3 semanas antes e teve de ser internada. Mexeu muito também comigo e, no dia em que a visitei, deparei-me com uma fulana que ía no 5º aborto provocado aos 5 meses. Haja sangue frio para não fugir dali a correr, pois os sentimentos ficaram em turbilhão dentro de mim e, ao ver o seu ar descontraído, são soube o que pensar ou sentir.
Durante mais de uma semana andei a digerir as duas situações, com revolta e pena dentro de mim, com muita tristeza e muita dor. Sou assim...
O marido separou completamente as águas e criticava o meu sofrimento, o que o aumentava.

Nesse sábado, dia 23, entro em parafuso (até porque tinha a cueca húmida e pensei logo no líquido amniótico) e regresso às urgências daqui: sou excessivamente mal atendida, um pouco magoada na observação e mal medicada. Confirmou-se não estar a perder líquido (alívio!!), mas vem a hipótese de uma infecção urinária e de uma infecção vaginal, mesmo não tendo sintomas de nada. "Como precaução, queridinha, cê vai tomá esse antibiótico e colocá esses óvulos." Pergunto mais do que uma vez porquê e só obtenho como resposta: "Cê tem di confiar, querida! Vamos lá sossegar essa mãe. Nada disso vai te fazer mau. Confia, querida." Informo que tive de tomar antibiótico há cerca de um mês e volto a insistir que não tenho sintomas de nada (conheço bem as infecções urinárias e não há cá comichões nem ardor na vagina). Insiste. Explica tudo o que fez à 1ª médica que me recebeu (não sabia ler a eco, não soube ouvir a bebé, fez perguntas e comentários do arco-da-velha. Uma vergonha!) e ao enfermeiro que sempre viram e acompanharam tudo. "As melhoras, queridinha!" e já estou cá fora para carimbar a receita. É a médica da minha amiga e confirmo uma negligência total!!
Só no domingo, é com telefonemas que consigo acalmar e sentir-me mais confiante: ao meu urologista (que confirma ter-me sido receitado antibiótico de uma forma gratuita por não ter sintomas e me elogia por evitar o antibiótico até fazer análise à urina, para lá de falar com esposa - ginecologista - que confere não ser indicado óvulos sem sintomas de infecção!), uma amiga que trabalha no laboratório de análises do hospital, uma amiga, a irmã, a Mãe.
É fim-de-semana e temos visitas. Apetece-me berrar, fugir, mas não convém e marido e visita insistem em passear, relaxar, visitar museus, almoçar fora.
Acredito que a intenção tenha sido boa, mas para quem tinha algumas dores a mexer-se e o coração amarfanhado, não era a solução. Precisava deitar cá para fora os meus medos, ser ouvida, chorar e confirmar se estava a fazer bem em não tocar na medicação que me tinha sido prescrita. Precisava do ombro do meu cara-metade, que insistia em não mo dar para eu "não alimentar as angústias".
A visita foi embora domingo, depois de uma conversa muito séria, em que "agradeci" a falta de apoio a quem veio para me visitar e à minha barriga. A quem expliquei que é mais fácil dizer que não se sabe o que fazer ou percebe do que fazer um esforço para. A quem não se atreveu (tal como o meu marido) a aproximar e enfrentar a fera magoada em que eu me tinha transformado e optou por dar alguns passeios comigo em casa.

Nessa 2ª feira o resultado da análise à urina confirmou não estar com nenhuma infecção e não precisar de antibiótico nem óvulos antifungicida. Senti-me aliviada e contente por ter sido cautelosa e muito orgulhosa (ao mesmo tempo que revoltada) por ter acabado por resolver tudo praticamente sozinha.

Com o marido a tentativa de conversa desaguou em desconversa e choro, muito choro da minha parte. Senti-me muito só! Senti-me incompreendida e críticas era o que menos necessitava, assim como a presão para "estar bem por causa da bebé". Não depende em exclusivo de mim, certo? No final, ouvir "Quem me dera ser eu a estar grávido!" Magoou fundo!
Mas a semana foi rolando, eu retomei o trabalho sem forçar e com muita necessidade de me distrair e assim aconteceu. Mais ocupada, menos espaço para angústias e frustrações!

Planeamos agora 3 dias fora, tendo em conta que o assoberbar de trabalho o impede de se ausentar mais tempo e para mais longe.

A vontade de distrair, passear e namorar não tem sido quase ouvida. O tempo livre tem sido ocupado a caminhar com colegas ou frente ao computador. Eu sinto que tenho ficado com "os restos", quando as companhias para as caminhadas não saiem ou a net funciona mal.

A preocupação em manter "a chama acesa" da amizade e o investimento têm sido grandes, mas uma vez mais (também na minha maior sensibilidade de grávida) o investimento no "a dois" tem sido esquecido ou não valorizado, se é que lembrado e canso-me de lembrar, de sugerir, de planear!

Como dizia uma amiga há pouco: "Podemos não ser o centro do mundo deles, mas faz-nos bem sentir que sim, principalmente quando se está grávida.". E é bem verdade!
Nunca me senti muito "a prioridade", mas agora sinto mais essa falta, tenho mais essa necessidade que é satisfeita muito menos vezes que o por mim desejado.
Ser prático e racional sempre foi a sua postura, mas eu sonhei e sonho (estúpida?!) com um pouco de romantismo, de "regar da plantinha", de... mimo, pois então!

Talvez esteja mesmo egocêntrica, talvez esteja centrada demais em mim. Será?!

Porque há, tantas vezes, uma maior verbalizar de emoções da parte de outros do que da dele? Porque só há dois dias (porque eu sugeri) sentiu a nossa filhota mexericar? Porquê a palavra "responsabilidade" é por ele tantas e tantas vezes proferida, mas sempre em relação ao trabalho? E ao lar? À família que construímos? Ao amor que eu sei existe em nós?
Porque investe tanto no que vê menos vezes, no que está mais longe e parece esquecer-se do que tem ao lado? Só dará valor à poça quando ela secar? Não quero esse dia!

Não escrevo em busca de palavras de consolo. Escrevo num acto de pura catárese, necessária à minha sanidade mental.
Escrevo com a consciência de poder exagerar e só estar a ver o lado que me magoa e me faz sofrer. Mas hoje não é do outro (que é grande!) que preciso falar.

Frágil! Por vezes, sinto-me frágil como uma papoila ao vento, mas em alguns desses dias faço-me de forte.