26.5.08

Estamos bem!


Sim, estamos bem!
Depois daquela semana agitada, outra se passou em que a harmonia e a serenidade voltaram, pé ante pé, a surgir.

A consulta correu bem (a saber: eco confirmou rim dilatado, mas se sem dores é natural desta recta final da gravidez e observação com a minha médica deu "colo do útero mole e fechado").
Cantou-se na viagem para lá (havia esperança de estar tudo bem e voltar para casinha) e no regresso!

Nessa tarde "aventurei-me" no meu bólide e fiz algumas coisas pendentes (não muitas, é verdade!!): enviar um mimo a quem já me enviou o pano porta bebé (é lindo, lindo, lindo e anseio usá-lo, com a catraia lá dentro, de sorriso na cara) e comprar mantimentos para a casa, a que juntei a banheira para a piolha (havia algumas pessoas que podiam emprestar, mas tiveram alguns precalços e comprei uma bem simples, cor-de-rosa, com um tripé branco de metal. Dá para encaixar na nossa banheira, não é "mini", nem tem muda-fraldas. Essa parte adapta-se em cima da cómoda, que tem a altura ideal).

Bom, na 4ª o rim voltou a dar sinal, mas decidi não entrar em parafuso, nem ir a nenhum hospital, muito menos ficar internada: Urologista fora do país, ligo à médica. Ok, fazer a medicação via oral 3 dias e cá estamos: sem dores e sem estadias em "hotéis" :O)
Ainda deu para saborear um pouco mais os primos que cá estavam (a piolha deles fez 1 ano nesse dia e foi muito bom) e que se íam embora no dia seguinte

Entretanto, tenho aproveitado para descansar bastante e, pelo meio, mandar uns "ais!" com as tropelias que a filhota cá faz dentro e se reflectem em tudo quanto é órgão, osso, músculo ou cartilagem.
Nem sempre é fácil dormir, com o corpo a doer, os ligamentos a queixarem-se, a aziazita, a cabeça a pensar e a pensar e as idas mais que frequentes à casa de banho. Mas se não é à noite, dorme-se de manhã, como hoje, ora pois. O importante é conseguir e não voltar a ficar exausta como naqueles dias.

No feriado e no fim de semana aproveitei bem o maridão: caminhámos um bocadito, estivemos com amigos, fomos ao lançamento do livro de um amigo, almoçámos em casa dos meus Pais, arrumámos mais algumas coisas cá em casa, recebemos amigos (coisa simples e casual) e... montou-se a caminha!

Esta semana temos consulta 4ª feira (dia de mudança de lua..., o que me deixa no mínimo curiosa!!) e vamos lá ver o que diz a médica em relação à DPP: se se mantém ou não.
Acima de tudo desejo que o parto corra bem e que estejamos os três de saúde. Se lhe puder juntar o já estar em Coimbra e evitar a viagem em TP, ora vamos evitar, pois claro! Logo se vê!

Entretanto, está um dia chuvoso e parece-me que ficarei por casa. Vou fazer a cama da filhota, arrumar mais algumas pequenas coisas, ler e tratar de assuntos de trabalho pendentes (engraçado como deixo isto para o fim...).

Espero que a catraia (sim, ainda não está o nome decidido...) continue a gostar do tratamento que tem cá dentro e continue a crescer bem e mexerica, até decidir que está "madura para colher".
Ando meia fisgada com as mudanças de lua... Dia 28, dia 3 (lua cheia!), dia 10 e 18. Será?

O maridão ri-se cada vez mais com as minhas figurinhas a calçar (e ajuda!), a virar na cama, a agarrar coisas do chão e fica fascinado a olhar para o tamanhão da barriga! Faz humor e dá amor, o que é saboroso demais e me faz dizer-lhe, às vezes: "Ai! Não me faças rir... Não vês que dói?!". Depois lá olhamos um para o outro e "escangalhamo-nos" os dois.

Ontem, ao deitar, disse-lhe: "Os nossos dias a dois, cá fora, estão por pouco. Estás preparado?"
E ele, que anda a ler "O Grande Livro da Criança" (sim, eu já li grande parte há mais tempo e agora ando pelo "Rio das Flores" - assim se desfaz a incógnita do outro post!), respondeu que sim, que nos vamos preparando, como toda a gente.
É tudo tão novo, tão belo e com friozinho na espinha, ao mesmo tempo!
Como dizia ontem o nosso amigo "Está quase: TIC-TAC, TIC-TAC!"

Mas o maridão continuou e referiu um comentário tido com esse amigo que veio ajudar a montar a cama. Percebi que tinha havido "conversa de Pais-Homens" e achei delicioso, até porque gosto muito da "filosofia de vida" daquele casal e acho que dão uma educação e um amor fantásticos ao catraio de 5 anos que já têm e darão, concerteza, igual ao que vem a caminho (2 mesitos atrás da nossa).

Bom, e há dias, a ver uma série no Canal 2:, deparei-me com uma cena que me levou às lágrimas: um casal a tentar, uma de muitas vezes, engravidar no dito período fértil. Os comentários de cada um, as expressões, a situação toda em si, fez-me levar de imediato a mão à barriga e acariciá-la muito, grata, muito grata!
Enquanto as lágrimas me corriam, revivi na pele o sofrimento e o desespero daquela fase, lembrei a mana e a amiga "de carne e osso" e lembrei-me de muitas de vós: umas já com os catraios ao colo, outras a aguardar, outras em busca. Senti uma quasi-vergonha por me queixar destas "niquices" de final de gravidez e apeteceu-me pedir desculpa, nem sei ao certo a quem. Depois, rapidamente percebi que cada fase é uma fase e que em todas elas temos direito a sentir!

Desejo que sintam o que sinto actualmente, muito em breve, e se queixem destas pequenezas que fazem da gravidez o que ela é: uma gravidez, nos nossos casos extremamente desejada!

19.5.08

A semana passada


A semana passada foi uma verdadeira odisseia ou, pelo menos, sui generis.

Deito-me no domingo bem disposta, feliz por fazer anos no dia seguinte e ter comigo os melhores presentes possíveis: o nosso bebé, o meu maridão, a família mais próxima (apesar da mana estar a milhares de kms, está sempre aqui juntinho ao coração!) e bons amigos!

E assim foi, mas fui surpreendida logo no início da madrugada por uma dor violenta no rim direito e a urina extremamente escura.

Dia de anos passado a ligar à médica, a ir às urgências à Daniel de Matos (Coimbra) e a regressar um pouco melhor e medicada. Bolo com família depois do jantar e "Agora vamos lá todos dormir, sff!".
Passa em 24h, ok. Não passa, internar.
Passou (ou aliviou muito), mas na 3ª à noite a dor volta estupidamente forte: urgências daqui e noite a soro com medicação. 4ª de manhã eco aos rins (confirmou-se estarem dilataditos, principalmente o direito) e o médico diz-me não poder ser seguida em 2 lados:
- Quando tem consulta?
- Por acaso hoje, em Coimbra.
- Então vá e a sua médica que decida.

Consigo dormir 15 minutos, pois estava exausta de 2 directas e a cabeça já não conseguia pensar, nem o coração sentir excepto medo (muito!) e angústia.
Na consulta é-me dado a escolher regressar com medicação ou ser feito um telefonema para a Daniel de Matos e ficar internada. Não consigo decidir! Sinto-me insegura se regresso a casa, mas ficarei sozinha e longe se ficar internada. Só consigo chorar e soluçar, qual criança.

Opto por ficar e, nas urgências de lá, a médica que me atende surpreende-me com um toque brutal que me faz literalmente trepar pela marquesa e concluiu com: "Mas isto está para nascer! A cabeça está já aqui, o colo muito curto. O marido está? Ele que traga a mala. Preparam-na?!"
No desgaste físico e psicológico em que me encontrava, sem sintomas de trabalho de parto, tremo por todo o lado, suo fortemente e desespero um pouco, incrédula, só conseguindo dizer vezes sem conta "Mas como? Como?"

Bom, 4ª à tarde sou internada, 6ª tenho alta e nos registos nada de sinais de trabalho de parto: Safa! Estava a iniciar as 36 semanas. A data prevista é entre 12 e 16 de Junho, sentia-me perdida e pega de surpresa. Parecia que tinha levado uma estalada valente!

A medicação no soro fez efeito, senti-me cada vez melhor e lá fui conseguindo descansar um pouco na1ª noite e umas horas seguidas na 2ª.

Custou muito não ter o maridão ao lado todo aquele tempo e... estar constantemente a pensar:
"Será que é agora?"
"Sinto-me tão húmida: será que me estão a rebentar as águas?"
"E se entro em trabalho de parto e é de noite, sem a minha médica cá nem o maridão?"
"Como irá correr?"
"Sairei daqui de barrigota ou de filhota ao colo?"
"Estou preparada para parir?"
"Que me vão fazer?"

Na 6ª a bendita alta e o regresso a casa.
Dois dedos de conversa com a minha médica que se apercebe da minha fragilidade emocional e, enquanto me chama à atenção para ela, me aconselha tomar um ansiolítico e uma boa noite de sono.
Acrescenta que "Há médicos mais apressados que outros!", quando lhe falo do susto que apanhei quando dei entrada. Fico mais sossegada, mas a senti-me uma infantilóide que não soube lidar com um imprevisto e é apanhada nesse medo.

Entretanto tenho dormido bem e começo a recuperar a minha sanidade mental (será?!).
Tenho feito por esquecer o "veredicto" da tal médica e relaxar até à data prevista de parto, pois dei-me conta do pavor que tenho do parto, ou melhor, de entrar em trabalho de parto a dezenas de kms de distância, de poder não ter a minha médica por perto e de só deixarem o meu marido acompanhar-me após os 3 ou 4 cm de dilatação.

Se me pudessem garantir que essas condições estavam reunidas, o pavor passaria a receio, mas não podem!
Amanhã voltamos a Coimbra: eco renal e consulta com a minha médica.
Espero regressar a casa tranquila e sem me sentir uma menina mimada e indefesa e ainda ir à consulta do dia 28 com a minha pimpolha na barrigota, mexerica e a crescer, e serenidade na alma e no coração.

Bom, e fica o desabafo!
Bons sonhos, que já é tarde!

10.5.08

Lado a lado...






... cada um em sua mesa de cabeceira.
Quem lê qual?

Apeteceu-me!

3.5.08

Comentários


Os comentários são das coisas mais curiosas, mas também irritantes, durante o período de gravidez.
Tantas vezes desadequados ou intrusivos, tantas vezes inapropriados ou dispensáveis, deixam-me com uma sensação de "propriedade pública" que me desagrada e me irrita.

Já não desenvolvo a questão de tantas e tantas vezes, pessoas que praticamente não conhecemos e com quem tão pouco nos cruzamos, chegarem junto a nós e, sem uma palavra, começarem logo a esfregar-nos a barriga e ficarem assim, a seu belo prazer, o tempo que lhes apetece.
Já o contrários, os amigos e os conhecidos que nos perguntam "Posso?" com um sorriso e nos afagam a barriga com muito carinho, é delicioso de saborear!

Voltando aos comentários!
Deparei-me logo nos primeiros meses de gravidez com comentários sobre o parto, o sofrimento, as dores, etc.
De seguida vieram os 500 mil palpites sobre ser menina ou menino: uns baseados na intuição "que nunca falhou", outros no formato da barriga, outros ainda no estado da pele ou no facto de não ter enjoos.
Bem, pelo meio oiço comentários das mais diversas situações relativas à gravidez, mas ultimamente o "prato do dia" são:
- "Vai(s) ver que ainda vai sair menino! Aconteceu à não-sei-quantas blá blá blá..."
e
- "Não sejas burra: pede cesariana, que não sofres nada e eles saiem perfeitinhos, sem sofrer!"

Ora bolas!
Quem pediu sugestões? Quem quer andar agora a pensar se é um ou uma filhote/a que tenho aqui a crescer dentro (e com a mania de aleijar nas costelas?!)? Quem quer andar a matutar no parto e tipo de parto mais do que já ando? Se vai ou não correr bem? Etc, etc, etc. EU NÃO!

Depois de me informar bastante sobre a gravidez e o parto (informação que já tinha de qualidade e fidedigna antes de engravidar e que tenho vindo a consolidar e acrescentar), parece-me que as minhas decisões só terão que ser respeitadas e nada me deverá ser imposto, a não ser que seja para salvar uma ou as duas vidas.
É que ninguém me pergunta o que desejo e respeita o que eu poderia responder, se mo perguntassem. Simplesmente despejam-me o que desejam para si mesmas, caso voltassem a engravidar e parir.
E não se poupam aos pormenores que impressionam e nos deixam a pensar. Parece que há uma necessidade que impera em mostrar que foram muito corajosas, ou melhor, as mais corajosas e sofredoras, e conseguiram.
Para mim, Mãe corajosa é toda a Mãe que tenta e faz por dar o melhor ao seu bebé, consciente e informada.
Para mim, o respeitinho é muito bonito e eu gosto e as opiniões também se respeitam, logo as pessoas... ou não.

Bom, estava-me a concentrar mais no parto. Agora vou à questão do sexo do bebé.
Parece não haver um dia em que saia à rua e me cruze com alguém conhecido sem ouvir histórias em que "Tinha tudo azul e nasceu uma menina." ou "Lá andou o miúdo de cor-de-rosa e tiveram que trocar várias coisas".
Em nada me incomoda ter um filhote rapazola e a felicidade é, inquestionavelmente, igual. Isso nem se questiona, caramba!
O que me incomoda é o que me parece ser um prazer quase imperceptível em quem emite os comentários ao ouvir-me dizer "Bem, para mim é igual. Saudinha é que é importante! Ía ficar com as antenas meias trocadas no momento, mas só isso!" e nota que fico um pouco baralhada logo naquele momento.

Hoje foi um desses dias e, no final, tivemos o jantar do meu afilhado. Quem tinha de atirar um comentário prescindível? A minha sogra!
"Eu ainda me ía rir se nascesse um pilas!"
A minha questão é: Porquê? Qual o prazer que a senhora tem em fazer um comentário destes a rir de prazer? Dá-lhe gozo porquê?
A minha resposta foi a mesma de sempre, mas senti que havia ali quase que um "medir de forças" ridículo, como se cada uma defendesse a sua bandeira, o que não faz sentido algum!
Tem vontade de ter um neto? Tem frustração por não ter tido uma menina, como já mo disse em tempos idos? Sabe mais do que as ecos? Se assim for que mo diga claramente que, se eu acreditar, vou já trocar uns babygrows e pensar a sério em nome de rapaz.
Não me faz sentido e, pior que isso, confunde-me! É difícil de perceber?!

A questão do sexo do bebé é algo que já me angustiou há uns meses (não por ter preferências, mas por ter havido mudança no palpite e pelos comentários absurdos - outra vez os comentários! - que ouvi.
Ainda hoje digo ao maridão que só saberei se é menino ou menina quando nascer, mas estou "sintonizada" para rapariga. E é nesse sentido que procuramos um nome (tarefa difícil cá por casa, mas onde se começa a fazer luz).

Bem, o desabafo está feito!

A mexerica está em grande actividade enquanto escrevo e a barrigota cada vez maior e mais redondinha.
O prazer de a sentir é imenso, indescritível. A ele junto as queixas que vou fazendo de já não dormir decentemente, estar quase impossível lavar os pés no banho e calçar e as costas terem começado a doer a sério.
Mas isso, são queixinhas que só não calo porque fazem parte, como todo o amor e felicidade que sinto. Não se sobrepõem, não!