29.1.09

Tal como eu, para quem não sabia...


- HPV não significa "câncro do cólo do útero";

- há cerca de 200 tipos de hpv (Vírus Papiloma Humano);

- só cerca de 15 dos mais ou menos 200 hpv existentes evoluem para câncro do cólo do útero (o que já é muitíssimo!);
- no entanto, a maior causa de câncro do cólo do útero é o hpv;

- o hpv não se transmite somente por via sexual (apesar de ser a via mais comum), mas ainda não se descobriu qual (ais) a(s) outra(s) via(s);

E esta, hein?!
Foi bom saber.

14.1.09

UFA!!!


A vida voltou a ter todas as cores :O)

7.1.09

hpv

Angel of Hope

Na 3ª feira lá rumei a Coimbra, com a esperança no bolso e um sorriso na cara, mas não foi assim que regressei de lá.

Tinha consulta às 20h e ía na expectativa de saber se a tal lesão no útero tinha desaparecido/regredido ou não. Aumentar nem me passava pela cabeça e mesmo manter-se parecia-me também não ser por aí.

Tinha 4 ou 5 pessoas mais próximas a dar-me ânimo, a "garantir-me" que estava tudo bem e a verdade e que caí na esparrela de não me defender, de pôr o medo quase totalmente de lado e ir só à procura de boas notícias.

Não sei explicar o porquê, mas tem sido assim ao longo da minha vida: quando conto com tragédias, elas quase sempre me passam ao lado e... quando ponho o coração ao alto e decido avançar sem medo... aproveitar o momento e não perder tempo com ansiedades e angústias, antecipações catastróficas ou sufocantes, eis que há algo que me surpreende e deixa, pelo menos, o coração a bater mais e apertadinho.

Não, a ferida não tinha regredido. Foram retirados alguns pedaços para biópsia (mais uma! Que angústia, caramba!) e foi queimada, de seguida. Fiquei aparvalhada, apática, senti o sangue a fugir-me todo e fiquei branca, macilenta, com uma sensação de irrealidade que só voltou com o desagradável cheiro a carne queimada. Mesmo assim, pensei por momentos ser um pesadelo e quase fechei os olhos. Mas... era mesmo verdade e eu estava ali, com mais uma "surpresa" e uma semana de espera pela frente.

À saída, jurei para mim mesmo, já no carro e com o frio a chegar-me à parte mais interior de todos os meus ossos, nunca mais ir sozinha a uma consulta fora daqui. Sentia-me tonta, confusa, fraca, enjoada, desanimada, angustiada. Acabei por aquecer no carro, respirar fundo, ligar ao maridão e fazer-me à estrada. Cheguei bem, fez-me bem a rádio, o contacto com a realidae através das notícias do resto do mundo, a concentração com que vim a conduzir, o saber que podia ver a E. quando chegasse e dar-lhe um beijo.

O médico tentou ao máximo sossegar-me e fez-me ver que ando com o sistema imunitário um bocado em baixo, o que em nada ajuda e muito melhorará se diminuir a minha ansiedade.

Aponta para que a biópsia só confirme o que ele pensa: que não é nada de alto risco e que nada há de maligno. Perguntei se dizia aquilo para me acalmar e respondeu rapidamente que não, que era o que a experiência e a observação lhe faziam mesmo parecer. Respondeu-me a mil questões sobre hpv e, no fim, despediu-se com um abraço que senti não ser de compaixão, mas de carinho (talvez por sentir a minha fragilidade).

Tenho andado ocupada com a E., mas a semana passada com muito trabalho, o que me fez andar com esta questão latente, meia que adormecida.

Entretanto chegou o fim de semana, o maridão vai estar fora esta semana e dei por mim a implicar com ele, muito, muito, muito, até que... desatei a chorar e a dizer "Tenho medo! Tenho medo!"

Pedi-lhe desculpa e compreensão e fui até à casa de banho chorar, como uma menina escondida, para que a E. não se apercebesse e eu pudesse deitar cá para fora as minhas angústias, os meus receios. No fundo, lavar a alma, que estava imunda!

Agora estou melhor, mas a ansiedade sei vai aumentar em flecha até 3ª.

Cá agurado, "acagaçada", que isto assusta e pode mudar-nos a vida violentamente!

Depois dou sinal.