3.7.07

Impotente

E insegura foi como me senti dia 25 quando liguei para o consultório a saber se podia iniciar novo ciclo com Gonalf: "A sotôra vai estar fora. Tem de aguardar pelo próximo ciclo. Se fosse dois dias depois..."
A mesma "sôtora" em quem eu confio, mas que sinto que é tão apixonada pelo que faz e pela investigação que põe o lado emocional dos pacientes em 2º plano. Será exagero meu? Provavelmente, mas é o que já algumas vezes senti.
A mesma "sotôra" que foi impecável quando fomos fazer a 2ª eco (na 1ª tentativa para IIU, em Maio) e não nos levou o dinheiro da mesma, pois não dava para avançar: já não havia óvulos no horizonte e estava com um endométrio pós-ovulatório.
Nesse dia pensei que o sofrimento me soterrava de vez, me matava e sufocava. Depois do "Sinto muito!" foi o telefonema para um Laboratório de Análises e a corrida para fazer a recolha de sangue: era preciso confirmar que eu tinha ovulado para saber qual o passo seguinte. Até ao regresso ao carro mantive-me firma, mas aí desabei, entrei em desespero.
A (des)espera pelo resultado, o ter sabido nesse dia que teria uma menopausa por volta dos 40 anos e que, de facto, não havia tempo a perder. O ter ouvido "Nunca vi tal coisa em tudo o que estudei" e a dúvida que ficou a pairar no ar, qual nuvem bem cinzenta e carregada, sobre a qualidade dos óvulos.
Foi um fim de semana a tentar arrebitar e na 2ª feira fui passar uns dias fora: precisava estar só, fazer as pazes comigo e com o mundo. Ver o mar e caminhar. Sentir-me independente e viva.
Na 3ª feira o resultado das análises (sim, confirmavasse que tinha havido ovulação e os valores estavam óptimos) e a proposta de dar descanso aos ovários um ciclo e tentar nova IIU no ciclo seguinte, com dosagem adaptada. A voz reconfortante da médica quando lhe perguntei se era de ter esperança ou... "Ah, não! Não estou nada a pensar assim, pelo contrário. Senão nem propunha nova tentativa." Uma força que renasceu cá dentro. O "Obrigada, mas precisava de o ouvir de si".
Ciclo sereno, com muito amor, alguns dias fora e de convívio, trabalho e... dois dias de atraso. 48 horas a esforçar-me para não sonhar, mas a ter tanta esperança. Era tão bonito "acontecer" naturalmente e seria de agradecer aos céus não termos avançado para IIU. Mas o período apareceu.
Balde de água fria, mas o de água gelada foi mesmo o de 25 de Junho. "Obrigada. Então até daqui a um mês.", disse apática e voltei para debaixo dos lençõis a pensar que ela é um ser humano e tem direito a férias e/ou congressos.
"Mas será que estou no sítio certo?" E se ela estiver sempre fora? Já para o teste de Uhner foi "rés-vés Campo de Ourique", para começar o 1ª ciclo de Gonalf tive de confirmar primeiro e agora isto! Daqui a umas semanas terei de voltar a confirmar se posso avançar ou não.
Já basta se calhar a um fim-de-semana, não? É o que dá trabalhar sozinha? Será melhor mudar para uma clínica com uma equipa? Tanta dúvida!
A receita tinha de ser aviada e lá fomos nós. Está a refrescar no frigorífico e a caixa de comprimidos que acrescentou desta vez já teve de ser bem analisada: Estrofem. Usado na menopausa. Qual o objectivo? Confio nela!
Mas tive a necessidade de fazer "prospecção de mercado" novamente para se até Setembro (altura em que faz um ano que somos por ela acompanhados), continuar no "chove não molha" arranjar coragem e mudar.
CETI ou Dr. Alberto Barros? Aceitam-se sugestões, opiniões, experiências vividas.
Já muito li, pesquisei, questionei, soube, estando sempre consciente que cada caso é um caso.
O nosso, até agora, é de Infertilidade Inexplicada.
Sim, hoje estou em baixo e esta falta de sol em nada ajuda.
Amanhã é outro dia!

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